09 de outubro de 2024
18 de dezembro de 2013
A Cooperação entre as Centrais de Negócios é possível?
Ao apresentarmos as centrais de negócios aos parceiros ou aos empreendedores que não conhecem o modelo associativista empresarial, dizemos que a união faz a força. Vendemos os benefícios da cooperação, da gestão do conhecimento, da troca de experiência, entre outras vantagens do modelo associativista.
No entanto, em uma aparente incoerência, não somos capazes de encontrar fórmulas para aplicar os mesmos princípios da cooperação que divulgamos com tanto entusiasmo entre as redes já estruturadas. Falamos de mudança, evolução, reinvenção, inovação, quebra de paradigmas, mas apenas isso; ficamos só na conversa, sem partir para a ação.
Nos encontros entre os dirigentes das centrais de negócios ocorrem declarações de boas intenções, surgem algumas ideias que indicam áreas de convergência que poderiam tornar as centrais mais competitivas, capazes de operar modelos de negócios mais profissionalizados. Contudo, parece que a questão é mais complexa e de difícil resolução.
A falta de tempo e de habilidade para articulações mais complexas dos dirigentes, aliada ao baixo grau de profissionalismo dos gestores contratados pelas centrais, é causa relevante dessa paralisia.
Os próprios empreendedores não se ajudam. Além de conservadores e, na média, mal preparados – pois um terço dos empreendedores brasileiros sequer terminou o ensino fundamental -, possuem uma visão de curto prazo, cuja ambição básica é obter recursos para pagar as próprias contas.
O escritor espanhol Javier Panzano, em seu livro Gétion Horizontal, usou o termo “associacinismo” para descrever os males dos associados e das centrais para cooperar. Ele chamou a atenção para a imobilidade dos dirigentes, a visão de curto prazo e o olhar para o próprio umbigo.
Em um mundo complexo de mudanças rápidas e exponenciais, o associativismo empresarial precisa sair do romantismo da cooperação para ações práticas capazes de criar escala e reduzir os custos operacionais.
Para ilustrar, é possível atuar em conjunto nas áreas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, seguros, financiamento de vendas, tecnologia da informação, compra de veículos, assessoria e consultoria, publicidade, brindes, promoção e preparação de eventos, entre outras.
As circunstâncias que vivemos exigem novas fórmulas, não dá mais para fazer do mesmo jeito. Os tempos de crise são propícios para manter os radares ativos para escapar de qualquer ameaça. A cooperação, na sua essência, é trabalhar em conjunto com outros para atingir resultados que dificilmente seriam obtidos individualmente.
Nossa base é a união faz a força. Assim, chegou a hora de enfrentar a lógica do individualismo e do capitalismo selvagem. As PMEs não podem apenas se unir para sobreviver, elas precisam e são capazes de crescer por meio da cooperação.
Adriano Arthur Dienstmann é Administrador, especialista em Controladoria e Recursos Humanos e Consultor da AD Consultores.