09 de outubro de 2024
05 de janeiro de 2017
Redes associativistas se fortalecem na crise e avanço em 2016 foi de 12%
Publicada em 05/01/2017
São Paulo – Amparadas no associativismo, farmácias pequenas e médias fecharam 2016 com faturamento de R$ 9 bilhões, 12% a mais que o visto em 2015. Com modelos de negócios consolidados, a previsão é que as redes ganhem mais associados, e elevem a relevância do modelo para o varejo de remédios.
Os dados fazem parte de uma estimativa da Federação Brasileira de Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar) e, segundo o presidente da entidade, Edison Tamascia, apesar do crescimento acentuado a expansão foi menor que nos últimos anos. “Já tivemos momentos em que crescemos muito mais. Em 2013, por exemplo, a alta foi de cerca de 17%”, comentou ele, adiantando o resultado do setor ao DCI.
A entidade, que surgiu no início dos anos 2000, engloba hoje mais de 9.600 farmácias, divididas em 53 redes associativistas. Com o objetivo de bater de frente com as grandes redesdo setor, garantindo condições diferenciadas de compra e de gestão para as pequenas, a Febrafar tem mostrado um crescimento intenso nos últimos anos e, segundo Tamascia, acima da média do mercado. “As farmácias associativistas têm apresentado, nos últimos cinco anos, um crescimento superior ao restante do mercado, e nossa perspectiva é de manter esse ritmo para o ano que vem”, afirma.
A visão do executivo é comprovada pelo estudo “O mercado farmacêutico brasileiro”, realizado em setembro de 2016 pela IMS Health. Segundo o levantamento, as redes associativistas apresentaram no acumulado de 12 meses finalizados em julho de 2016 uma alta de 13,1%, na comparação anual, enquanto o varejo farmacêutico como um todo cresceu 11,4%. Ainda de acordo com a pesquisa, as grandes redes avançaram, no mesmo período, 11,9% e as independentes 9,7%.
Espaço para todos
Diante desses resultados, a perspectiva da entidade é de manutenção da participação das redes associativistas no mercado, mesmo com a estratégia agressiva de expansão dos grandes grupos. “Tem espaço de crescimento para todos. As grandes redes têm a estratégia de crescer mais nos centros maiores. Já o associativismo busca crescimento em municípios menores, mas adequados para o seu negócio”, afirma o diretor operacional da Farmarcas, Ângelo Vieira.
A empresa administra hoje oito redes associativistas ligadas à Febrafar, entre elas a Ultra Popular, a Maxi Popular e a Entrefarma. Com desempenho ainda maior do que o restante das associadas, Vieira afirma que as oito redes devem crescer 54% em 2016 , na comparação com 2015 e na base mesmas lojas. “Em 2016 devemos fechar com um faturamento próximo de R$ 1 bilhão.”
Ele conta que um dos principais aspectos que garantiram o crescimento das lojas foi o modelo de farmácia popular adotado pela maioria das operações. “Conseguimos montar uma estratégia de negócio que é muito adequada a expectativa da população, que cada vez mais busca economizar”, diz.
De acordo com o executivo, o que permite oferecer preços extremamente competitivos é a gestão de custos da empresa, aliada a negociação forte com os fornecedores. “Temos uma gestão de custos muito rígida e eficiente. Não é só economia, é uma estratégia mesmo. A loja tem um funcionamento diferente, ela tem um layout diferenciado, mobiliário mais econômico, valorizando o autosserviço. Trabalhamos com senhas de atendimento, o que garante que a equipe seja mais reduzida”, diz.
Para o ano que vem, as perspectivas para as redes da Farmarcas é de manter um ritmo intenso de expansão, e Vieira conta que a meta é abrir pelo menos 20 lojas por mês em 2017, totalizando um mínimo de 240 no ano. Para 2018, a perspectiva de expansão é mais agressiva e a empresa espera dobrar de tamanho, passando das atuais 556 unidades para mais de mil operações
“Vamos crescer em três frentes: incorporação de novas associações; trabalho de prospecção e conversão de novas lojas para as redes já existentes; e pelos nossos associados abrindo novas unidades”, cita.
Pedro Arbex
Fonte: DCI